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Novembro 25, 2008

“Eu não sou cúmplice”

Filed under: Projectos — carlacerqueira @ 4:05 pm
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imagemviolencia2008 tem sido um ano negro da violência doméstica em Portugal. Homicídios e tentativas de homicídio ultrapassam os números dos últimos 5 anos. Apesar de toda a consciencialização social, os dados apontam para um agravamento do problema. Urge, pois, enfrentá-lo com respostas mais eficazes.
Neste sentido, a UMAR lança uma campanha dirigida aos homens para que estes se solidarizarem com as vítimas de violência, retirarem o apoio aos agressores e se demarcarem publicamente dos seus actos.
A campanha “Eu Não Sou Cúmplice” tem o objectivo de mobilizar as energias masculinas para esta batalha dos direitos humanos que está longe de estar ganha.
Se repudia toda e qualquer violência contra as mulheres, comprometendo-se na consciencialização e intervenção social da sociedade para a igualdade de género e promoção de uma cultura de não violência;
Se apela a todos os homens que não sejam cúmplices e testemunhas passivas da violência contra as mulheres, faça-se ouvir:
Assine a petição.
 

Assine! Divulgue!
 
www.eunaosoucumplice.wordpress.com

Junho 30, 2008

Há muitos machos e poucos homens

Filed under: Notícias — carlacerqueira @ 2:00 pm
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Podem os homens ser feministas? E, sendo-o, devem constituir um grupo isolado ou integrar o movimento mais geral de mulheres? Estas foram algumas das questões discutidas no painel “Género e relações de género: o papel das mulheres e dos homens na mudança”, um dos debates da tarde no Congresso Feminista que decorre em Lisboa.

“Tenho encontrado muitos machos, mas poucos homens”, ironizou o espanhol Javier Robles Andrades, que abordou as “distintas masculinidades”, entre as quais a “subordinada e marginalizada dos homossexuais”, para concluir que “é preciso procurar novas formas de ser homem”.

Robles Andrades integra o AHIGE, grupo de homens pela igualdade, no qual seis a oito homens que se reúnem para “questionar as masculinidades e buscar alternativas”, explicou ao PÚBLICO.

Já existentes em várias cidades espanholas, os grupos de homens pela igualdade já foram apreciados pela ministra da Igualdade do governo de José Luís Rodríguez Zapatero, que anunciou que gostava de alargar e institucionalizar o conceito a todo o país.

Contando que o pai lhe dizia sempre que tinha de ser “machote”, Robles Andrades admitiu que cada vez tem menos “respostas como homem”, mas já aprendeu que “mais importante do que dar respostas é fazer perguntas”. “O patriarcado é o sistema de opressão mais antigo e que inunda todo o mundo”, recordou, realçando que só uma “resposta contundente” poderá retirar-lhe poder.

“Ser feminista não é uma palavra malvada. É uma condição de progresso, é ser justo e lógico. Por isso, devíamos todas e todos ser feministas”, apelou, na sessão de abertura do congresso, Elza Pais, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, reconhecendo que persistem “barreiras [à plena igualdade] que parecem intransponíveis”.

Por sua vez, Elisabete Brasil, presidente da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), associação promotora deste terceiro Congresso Feminista, que termina amanhã, tinha dito, minutos antes, que “a agenda feminista tem de estar entroncada na agenda dos outros movimentos sociais”. Isso mesmo defendeu Sónia Alvarez, vice-presidente da Associação de Estudos Latino-Americanos, que falou da “renovação e radicalização” dos feminismos na América Latina, em resposta às fragilidades dos “muito bem comportados feminismos académicos” na “resistência ao neoliberalismo”. Até porque, sublinhou, “a agenda global do género interessa à tendência global para o neoliberalismo”.

(Fonte: Artigo de Sofia Branco publicado no Público de 26.06.)

Maio 1, 2008

As dores também são diferentes…

Filed under: Reflexões — carlacerqueira @ 6:52 pm
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Estudo do ISCTE
Dor da mulher é mais ignorada e subvalorizada que a do homem
A dor das mulheres é subvalorizada em relação à dos homens, sendo considerada menos genuína e grave pelos profissionais de saúde, principalmente pelos profissionais do sexo masculino, segundo um estudo do ISCTE divulgado hoje.
O estudo, realizado a 205 estudantes de enfermagem e concluído no final do ano passado, mostra que a dor das pacientes do sexo feminino é julgada como menos genuína e a sua situação clínica considerada menos grave e urgente que a do homem.

“O projecto partiu de constatações de outros estudos que mostravam que as mulheres relatavam sentir mais dores que os homens e que a sua dor era mais vezes sub-diagnosticada que a dos homens”, explicou Sónia Bernardes, investigadora no Centro de Investigação e Intervenção Social no ISCTE e autora do estudo “Os enviesamentos de sexo nos julgamentos sobre dor lombálgica”.

No entanto, só com este estudo se percebeu quais os factores que podem influenciar a apreciação da dor dos pacientes, nomeadamente em que medida o tipo de dor, a forma como o doente apresenta a sua dor e o sexo de quem julga influenciam a ocorrência de enviesamentos de sexo nos julgamentos. A investigadora chegou à conclusão de que “a dor da paciente do sexo feminino é julgada como menos genuína e a sua situação clínica como menos grave e urgente que a do homem” em contextos de dor aguda e de curta duração ou na ausência de manifestações explícitas de ansiedade.

Contenção das mulheres dificulta diagnóstico

“Espera-se que as mulheres sejam mais expressivas e quando não apresentam sintomas de ansiedade e agem de forma controlada sem recorrer muito aos profissionais de saúde acabam por ser subvalorizadas”, explicou Sónia Bernardes. O estudo concluiu ainda que os estudantes de enfermagem do sexo masculino fazem mais enviesamentos de sexo nos julgamentos sobre a genuinidade da dor do que as estudantes do sexo feminino.

Perante estas conclusões, Sónia Bernardes sublinha que “as evidências mostram que embora as mulheres reportem sentir mais dores que os homens ao longo das suas vidas, as suas dores são frequentemente desvalorizadas, sub-diagnosticadas ou sub-tratadas comparativamente com as do sexo masculino”.

Este estudo é um dos últimos da tese de doutoramento que começou há cerca de quatro anos e que deverá ser entregue ainda este verão. O estudo está enquadrado num projecto de investigação mais amplo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.n
Lusa

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