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Julho 12, 2008

Um em cada quatro jovens é vítima de violência no namoro

Filed under: Notícias — carlacerqueira @ 11:14 pm
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Comportamento. Uma série de estudos de uma equipa de psicólogas da Universidade do Minho mostra que a violência nas relações amorosas nos jovens entre os 15 e os 25 anos atinge níveis preocupantes e idênticos aos verificados entre os adultos. Um dos aspectos mais alarmantes é que essa violência é cada vez mais precoce e por vezes aceite como ‘natural’ pelos próprios, incluindo o sexo forçado

Problema atinge o mesmo nível que entre os adultos

Existe “tanta violência” no namoro entre jovens dos 15 aos 25 anos como no casamento: 25% já foram vítimas de violência na relação. Mas o “fenómeno é ainda mais preocupante” nas novas gerações, que começam a agredir-se cada vez mais cedo, no ensino secundário e profissional. Pior, chegam a tolerar a violência sexual, pois, para eles, “relações sexuais forçadas não são o mesmo que violação, nem sequer são crime”. O alerta é de Carla Machado, coordenadora de um projecto nacional sobre este fenómeno.

Para esta investigadora da Universidade do Minho (UM), em Braga, a violência “não é coisa de adultos que desaparece com a mudança de geração”. A resposta encontrou-a no seu estudo sobre “violência física e psicológica em namoro heterossexual” – o mais avançado de sete de uma ampla investigação que está a coordenar com as psicólogas Marlene Matos e Carla Martins sobre “violência nas relações de intimidade” em jovens dos 15 aos 25 anos.

Em co-autoria com a psicóloga Sónia Caridade, a psicoterapeuta identificou níveis de violência física e psicológica no namoro muito próximos dos encontrados num outro estudo desenvolvido em 2003, no Norte do País, junto de 2900 adultos, mas em contexto conjugal.

A percentagem de vítimas chega a ser a mesma: dos agora 4730 jovens dos ensinos secundário, profissional e universitário, e que abandonaram a escolaridade inquiridos em todo o País, 25 % foram vítimas, pelo menos uma vez, de um comportamento abusivo da parte do companheiro ou companheira.

Dessas vítimas, 20% sofreram violência emocional (insultos, ameaças, jogo psicológico e coerção) e 14% agressão física. Dos 4730 jovens, 30% admitiram ter agredido o parceiro, sendo 23% agressão física, 18% emocional e 3% física severa. Nesta amostra, 58% são raparigas e 42% são rapazes.

Mas, o mais “alarmante” para esta psicoterapeuta da Unidade de Consulta em Psicologia da Justiça da UM, na área da intervenção individual e em grupo com vítimas de crimes, é haver uma maior prevalência de maus tratos físicos severos na população mais jovem – ainda no secundário. Os rapazes são os que agridem com maior gravidade (sovas, murros e pontapés). Já na pequena violência, não há diferença de género e vale tudo, desde insultos, bofetadas, empurrões, puxões de cabelos e até ameaças.

“Em geral, vítimas e agressores não percebem que a violência não é aceitável.” Muitos deles “toleram” e chegam a “desculpabilizar” a violência, sobretudo quando ela é menor.

“Só fez aquilo porque estava descontrolado, perdeu a cabeça” ou “o descontrolo é porque tem medo de a perder. Não é violência”. São frases que Carla Machado e Sónia Caridade recolheram junto dos 49 jovens dos grupos de reflexão deste projecto, que foram constituídos depois da aplicação do questionário aos primeiros 4730.

Alguns afirmaram que “violência sexual no namoro não existe. Agora, relações sexuais forçadas, já são outra coisa”. Ou até: “Se eles namoram, não acho que seja violência sexual.” Alguns não vêem mal nos apalpões, toques contra a vontade da vítima e a pressão para ter relações sexuais, que estão longe de serem violação, algo que já consideram errado. O ciúme é tido como prova de amor. De resto, os níveis de violência física e psicológica no namoro são muito parecidos com os identificados nos outros países.|

 

(Fonte: Susana Pinheiro no Diário de notícias de 7 de julho)

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Filed under: Reflexões — carlacerqueira @ 11:05 pm
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Feminismo

Confesso que gosto das mulheres, mais daquelas que gostam dos homens. Muitas outras estão ressentidas com os homens, e com essas tenho frequentes mal-entendidos. Um deles tem a ver com a defesa do feminismo contraposto ao machismo.

Acham elas que, durante séculos, as mulheres foram exploradas pela classe social dos machos, pelo que agora há que inverter a situação. Por acaso, acontece que as mulheres são biologicamente mais resistentes, são mais independentes e duram mais do que os homens. Se tiverem o mesmo acesso à cultura (hoje são mesmo mais cultas) facilmente os dominarão.

A guerra dos sexos parece-me ridícula. Machos e fêmeas não têm de competir porque são diferentes. Ou antes, são complementares: cada sexo completa-se com o outro e precisa dele. Por alguma razão a natureza criou esta diferença com o preço da morte individual. Sendo assim, cada um tem o seu papel nas questões básicas da vida. Por exemplo, só as mulheres podem gerar um filho dentro de si. Este é o maior privilégio que elas têm, mas é também a fonte da sua prisão. Antes da pílula, a emancipação de uma mulher saudável deparava sempre com as inevitáveis gravidezes sucessivas.

Hoje, no Ocidente, as mulheres podem ser livres. Só são dominadas pelos homens se o consentirem. Mas também há homens que aceitam ser dominados por mulheres. Pode ser questão de amor ou qualquer outra. Acontece porém que anda por aí muito ressentimento à solta, e isso nada ajuda.

J.L. Pio Abreu (jornal Destak de 11 de julho de 2008 )

 

Deixo aqui este texto para quem quiser comentar…

 

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