O combate contra a discriminação das mulheres e a promoção da igualdade de direitos entre géneros é uma das chaves para conter o avanço da epidemia da sida, defendeu hoje no México a organização não governamental Ajuda em Acção.
“As desigualdades de género têm um impacto directo na expansão da doença. A pobreza, o acesso limitado à educação e à informação e as leis discriminatórias impedem as mulheres e meninas de gozar dos seus direitos à informação, prevenção, tratamento e apoio para evitar e/ou minimizar a doença”, sublinha aquela organização espanhola numa comunicação apresentada durante a conferência internacional sobre sida que decorre na capital mexicana.
Um dos casos usados pela organização para ilustrar o impacto das desigualdades na doença foi o de uma mulher do Zimbabué.
“O meu marido teve o teste com resultado positivo antes de mim, mas as minhas tias e o meu falecido marido recusavam o uso do preservativo e argumentavam que como ele tinha pago o que devia pela sua esposa eu não podia negar-me a ter relações sexuais com ele, fossem ou não seguras”, explicou esta mulher do Zimbabué.
Para evitar situações semelhantes, a organização não governamental sugere que se adoptem políticas nacionais que permitam às mulheres “assumir o controlo do seu corpo e da sua vida”.
A organização considera que um bom avanço seria a difusão de métodos cuja utilização dependa apenas da mulher, como o preservativo feminino ou as pomadas que se aplicam na vagina antes de ter uma relação sexual e que eliminam, neutralizam e/ou bloqueiam o vírus do VIH.
Segundo as estatísticas sobre sida, nos últimos 11 anos as mulheres passaram de 41 a 50 por cento dos afectados pela doença.
(Fonte: Lusa)